domingo, 11 de novembro de 2012

VOTO DIRETO AGITA BASTIDORES DO PAYSANDÚ.

Domingo, 11/11/2012, 09h04

Voto direto agita bastidores do Paysandu

No próximo dia 30 de novembro, mais de mil associados do Paysandu, distribuídos entre proprietários, remidos, conselheiros, beneméritos e grandes beneméritos, vão às urnas, não para eleger prefeito, vereador ou qualquer cargo público, mas sim o próximo presidente do clube, considerado uma das maiores agremiações desportivas do Norte e Nordeste do Brasil, num passo histórico e inédito no futebol paraense: as eleições diretas.
 
Tamanha grandeza finalmente começa a combinar com a realidade. Aprovado no último dia 24 de setembro, o novo estatuto trouxe consigo mudanças drásticas no modo coronelista com que o Papão era gerido, efeito esse que assombra inclusive o maior rival, que ainda olha desconfiado o novo modelo eleitoral democrático. Pela primeira vez, os sócios em dia com todas as obrigações financeiras irão votar diretamente no candidato de sua preferência, assim como nos membros do conselho deliberativo, que tem como função discutir e votar as propostas de interesse do clube.

“Não lembro exatamente quantos sócios vão votar, mas são mais de mil, num universo de três mil sócios”, argumenta o diretor de futebol Antônio Cláudio ‘Louro’, que chegou a declarar que estaria interessado em suceder o presidente do clube. Mas a candidatura não se confirmou. Além do presidente, os associados podem escolher os representantes do conselho deliberativo. Ao todo, são 75 membros, sendo 50 efetivos e 25 suplentes.

Na oposição, o grande ídolo bicolor

Ambos são bicolores reconhecidos, cada um ao seu modo. O primeiro nome a bater chapa e concorrer à presidência do Paysandu foi o de Vandick Lima (47). O ex-jogador, respeitado pela torcida por fazer parte do período mais vitorioso do clube, entre 2001 e 2003, quando o time venceu a Série B, Copa dos Campeões, Norte e participou da Taça Libertadores da América, fez o convite ao vice Sérgio Serra e tentam agora, oferecer ao Papão novos caminhos para a profissionalização do futebol.


“Muito dessa minha candidatura partiu do pedido dos próprios torcedores. Eu sempre demonstrei interesse de ser candidato, mas fui muito incentivado e tive a felicidade de jogar no melhor momento, quando ganhamos vários títulos e isso desperta a vontade de trazer os bons momentos de novo”, explica o também vereador, reeleito recentemente. Sua meta de campanha tem como base algumas ideias em comum com a chapa concorrente, prezando muito pelo lado da união.

“Uma coisa que a gente não pode deixar de fazer é o nosso centro de treinamento. O caminho começa pela formação de atletas, um alojamento para atletas de fora. Muitos jogadores se perdem devido a essa falta de assistência, e como o clube não tem condições de proporcionar uma boa formação, no final das contas quem perde acaba sendo o Paysandu”, acrescenta.

A condição de chapa opositora, no entanto, não isenta a possibilidade de usufruir os mesmos recursos e ideias da atual gestão, que acima de tudo, deve beneficiar o clube, e não pessoas.

“Tudo o que for bom nós vamos dar continuidade, é claro. O que não for, vamos conversar e se for melhor para o Paysandu, não continuaremos”, finaliza.

(Diário do Pará)

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