quarta-feira, 21 de março de 2012

OÁSIS OFERECE CUIDADOS A QUEM DOOU A SUA VIDA AO REINO.


Depois de uma vida de entrega pessoal, ao chegar à “melhor idade” irmãs preciosinas contam com local para acolhida.

O exemplo já é seguido por muitas congregações religiosas que procuram oferecer aos seus membros quando estes alcançam idade avançada. Muitas pessoas têm curiosidade de saber como é a velhice dessas pessoas. As irmãs da Congregação do Preciosíssimo Sangue de Jesus, por exemplo, têm à disposição uma casa de retiro para morar. As que decidem ir conviver no local, não se arrependem, pois levam uma vida constituída da combinação saúde, diversão e oração.

O retiro das irmãs preciosinas fica localizado em Ananindeua, e foi fundado em 1997, sendo administrado atualmente pela Irmã Maria do Carmo Dantas (58). A religiosa possui experiência de 25 anos de trabalho pastoral na Arquidiocese de Belém. Por isso a missão não foi difícil para ela, pois a preciosina esteve muitos anos à frente da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), na Arquidiocese.

O retiro das irmãs preciosinas abriga, atualmente, 13 irmãs idosas, que fazem parte da congregação. Algumas estão com a idade bem avançada e precisam de cuidados especiais. A idade das religiosas varia entre 62 e 91 anos. O cuidado com as companheiras é diário. Elas são acompanhadas no dia-a-dia em todas as suas atividades.

Algumas irmãs recebem aposentadoria do INSS, “a maior parte do dinheiro vai, quase sempre, para os remédios”, afirma a Irmã Maria do Carmo. Para manter a casa, além desse auxílio, as religiosas também contam com doações. O atendimento à saúde geralmente conta com o SUS ou, quando não é possível, é necessário recorrer a serviços particulares, o que se torna bastante oneroso pela idade já avançada das religiosas.

A ajuda voluntária é fundamental para o Oásis das irmãs preciosinas. “Graças a Deus, recebemos várias doações. Recentemente uma escola arrecadou fraldas, lençóis, toalhas e tecidos. Os familiares também sempre trazem algo”, comenta Irmã Maria do Carmo.

Diversão - Irmã Ilda Duarte é psicopedagoga e seu auxílio na casa é fundamental. Em um sistema de cooperação, as irmãs conseguem driblar os desafios e desfrutar de uma vida saudável e feliz. “É muito divertido aqui. Cada dia é um dia diferente”, garante a Irmã Maria do Carmo.

Irmã Maria Agla Tefrac (76) é a mais animada da casa. “Comigo não tem tempo ruim”, diz. Ela mora na casa há 12 anos e lecionou durante muito tempo como professora de inglês. A irmã de muitos dons toca órgão, acordeom, piano, violão e realejo. Sempre bem-humorada, diz que é muito feliz dentro da casa.

Cada irmã recebe cuidado especial. A de mais idade, Maria do Rozário (91), não enxerga bem e precisa tomar os remédios na hora certa, além de acompanhamento para se locomover. Já Irmã Ângela já teve aneurisma e, em virtude da doença, esquece com facilidade das coisas. Foi a partir dessas dificuldades que a Irmã Maria do Carmo decidiu dar uma “nova cara” ao Oásis.

Atualmente o Oásis possui uma programação semanal para as irmãs. Foi criada uma sala de fisioterapia onde elas recebem tratamento com o auxílio da fisioterapeuta voluntária, Socorro Fernandes. “Agora as irmãs têm o horário da caminhada, do exercício, da massagem e outras atividades”, explica. Outra novidade são as oficinas de memória e linguagem, que fazem parte do projeto de pesquisa “Envelhecimento, Doenças Neurodegenerativas Crônicas e Infecção na Amazônia”, liderado pelo professor Ronaldo Costa e por estudantes de Medicina da Universidade Federal do Pará. As irmãs também participam de terapia ocupacional, além de atividades religiosas e educativas.

Segundo a coordenadora, a nova rotina beneficiou as irmãs. “Uma irmã cadeirante, por exemplo, quase não saia do quarto e agora sai para passear todos os dias no jardim. A qualidade de vida delas mudou e os resultados são perceptíveis”, afirma. Ela diz sentir-se agraciada por estar à frente dessa missão. “Eu tenho um grande amor por essas irmãs. É a nossa vez de fazer por elas, pois elas já fizeram muito pela sociedade”, ressalta. “Me sinto feliz. Hoje eu cuido, por exemplo, da irmã que me matriculou no catecismo quando eu ainda era criança”, recorda.

Como o Oásis depende de doações, a Irmã Maria do Carmo solicita a ajuda de quem se interessar pela causa. De acordo com ela, a Igreja está cada vez mais preocupada com a causa da pessoa idosa, um exemplo disso, é a criação pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, de um Lar Sacerdotal, que deve receber os sacerdotes idosos e deve funcionar no Instituto Bom Pastor, em Ananindeua.

Fonte: FNC.

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