quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

FÉ, UMA AMIZADE SANTA.

COISAS DE SANTO ANTÔNIO DE ANLENQUER
Fé, uma amizade santa

É densa a devoção do povo alenquerense pelo seu Padroeiro Santo Antônio e são incontáveis as provas disso. Não será exagero afirmar que é quase impossível encontrar um alenquerense ao qual o santo não tenha intermediado perante Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sim, Santo Antônio é um grande amigo do peito do povo alenquerense, também conhecido como ximango! As graças que consegue vão desde harmonia no matrimônio, bom parto, escolha da mulher ou do homem certo, cura de doenças, solução de desemprego, melhoria nos negócios, classificação no vestibular, viagem tranquila, aumento do rebanho, boa colheita, pesca abundante, achado o perdido, fé reencontrada...
Como consequência disso e numa prova de reconhecimento amoroso, tem o nome grafado em todo lugar, principalmente como nome de pessoas, casa comercial, escola, hospital, barco, praça, boteco, bar, etc.
O alenquerense tem um costume singelo, quando manda correspondência ou encomenda para algum lugar, geralmente escreve S.A.T.G. sobre o envelope, embrulho, ou na etiqueta da bagagem, que quer dizer Santo Antônio Te Guie. Mamãe sempre usava esse termo quando enviava algo aos filhos que estudavam ou trabalhavam em outras cidades. Para mim, uma prova sublime de amizade entre o fiel, o padroeiro e Deus, e de amor da mãe pelos filhos!...
Segundo alguns devotos mais íntimos, Antônio de Lisboa, Pádua, ou de Alenquer, é um santo brincalhão, que gosta de brincar antes de interceder pelo pedido; prega peças cômicas no amigo devoto, que acha que o santo está testando sua fé, por isso, corrige-se penitenciando-se, fato que mais fortalece o elo de amizade entre os dois...
Durante o tempo de sua festa, que vai do dia 1 a 13 de junho, os alenquerenses onde quer que estejam no mundo inteiro ficam mais alegres e espirituosos, acesos mesmo, comem do melhor e usam tudo novo, especialmente nos dias 12 e 13.
Como os festejos acontecem no tempo da enchente do Rio Amazonas, que transborda o Surubiú, que transborda o minúsculo Itacarará, banhador da cidade, inundando e arrasando casas e lavouras inteiras, embarcações locais e de quase todas as paragens da Amazônia, atravancam-se no caiszinho da frente, disputando lugar para melhor desembarcar as multidões de peregrinos que chegam.
Gente de todas as classes, dos abastados aos humildes, entra e sai da igreja num movimento admirável, constituindo um corpo único de fé voltado para Jesus Cristo, através do Santo português. O largo da Igreja, todo enfeitado de bandeirolas, fica bordado de barracas que vendem artigos regionais, confecções, quinquilharias, comidas típicas, como pirarucu no leite de castanha do Pará, acari assado e no tucupi, bolinhos de piracuí. Espocar de fogos de artifício são ouvidos por toda parte da cidade toda hora do dia.
Todo ano, Santo Antônio ganha dos pecuaristas, agricultores, comerciantes, do povo em geral, uma média de 80 reses/festividade, além de outros animais menores e objetos de valor, para serem leiloadas no dia 13. Em 1998, ele ganhou 135 reses. O recurso adquirido com o leilão é revertido em obras de manutenção da igreja, evangelização, catequese, obras sociais, nas comunidades no interior do município.
Jesus Cristo ama Santo Antônio de modo especial, de quem é amicíssimo, tanto que se fez criança para brincar em seu colo em sua cela conventual. São muitas as graças que Deus derrama no seio do povo alenquerense através de seu Padroeiro!...
Não seja passivo, testemunhe sua fé, ela anima e fortalece a vida e edifica o irmão. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo eternamente!...

Diácono Eliezer Martins
Arquidiocese de Belém, Pará, Amazônia do Brasil

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