quarta-feira, 18 de maio de 2011

"Celibato não explica abuso de sacerdotes".


O celibato, a homossexualidade e um clero exclusivamente masculino não explicam os abusos sexuais cometidos por sacerdotes católicos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos.

Os escândalos sexuais das últimas décadas, que custaram US$ 1,8 bilhão à Igreja Católica nos EUA, foram consequência da má formação nos seminários e da falta de apoio emocional para os homens ordenados sacerdotes nas décadas de 1940 e 1950, segundo o relatório.

O estudo, encarregado pela Conferência de Bispos Católicos ao Colégio John Jay de Justiça Criminal de Nova York, sustenta que "o aumento dos casos de abuso nas décadas de 1960 e 1970 foi influenciado por fatores sociais da sociedade em geral".

O estudo é o terceiro encarregado desde 2002 pela Conferência de Bispos Católicos dos EUA para tentar esclarecer os casos de abuso registrados no país.

Muitos católicos e críticos da Igreja afirmam que os abusos são resultado do celibato ao qual os sacerdotes católicos são submetidos, da existência de homossexuais no clero e do fato de apenas homens poderem ser ordenados sacerdotes na Igreja Católica.

O relatório de 300 páginas revela que o fato de a maioria das vítimas ter sido do sexo masculino se explica, principalmente, pelos sacerdotes terem mais contato com meninos do que com meninas nas escolas e paróquias.

Segundo a pesquisa, dos quase 6 mil sacerdotes acusados de abusos sexuais nas últimas cinco décadas, menos de 4% podem ser considerados pedófilos.

"Os sacerdotes que cometeram abusos não são pedófilos", afirmou categoricamente o estudo.

Os pesquisadores assinalaram ainda que o aumento da entrada de homossexuais nos seminários ocorreu no fim da década de 1970 e no início da década de 1980.

De acordo com Barbara Dorris, porta-voz de uma rede de apoio a vítimas de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, o documento "está errado, apresenta desculpas e joga a culpa do ocorrido nos outros".

"Os bispos desconhecem o ponto central: que os bispos protegeram e permitiram que os criminosos continuassem abusando de crianças", disse à Agência Efe.

Ela acrescentou que as regras que a Conferência de Bispos Católicos adotou nos últimos anos para enfrentar os abusos sexuais cometidos pelos sacerdotes "em vez de proteger as vítimas, protegem a arquidiocese e os criminosos".

Fonte: Terra

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