sexta-feira, 20 de maio de 2011

Assembléia Geral da CNBB, por Dom Orani João.


Qui, 19 de Maio de 2011 11:18
Dom Orani João Tempesta

Entre os dias 4 e 13 de maio próximo passado estivemos nós, Bispos no Brasil, reunidos em nossa 49ª. Assembleia Geral na Casa da Mãe, Nossa Senhora Aparecida, onde fomos acolhidos como filhos, na busca de cumprir o que Ela mesma nos pediu: fazer o que o seu Filho nos disser!

Entre cardeais, arcebispos, bispos diocesanos, auxiliares e eméritos, além de administradores apostólicos e diocesanos, éramos mais de trezentos. Se contarmos a indispensável participação dos assessores: leigos e leigas, religiosos e religiosas, consagradas e consagrados, presbíteros e diáconos, passávamos de quatrocentos. Foi sob o manto protetor da Mãe de Deus e nossa, no mês dedicado a Ela, e com encerramento na memória de sua aparição em Fátima e na comemoração do 4º. Ano de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho que os nossos trabalhos foram realizados.

Nesta Assembleia foram aprovados: as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o próximo quadriênio; o diretório para a formação e a missão dos diáconos permanentes, além de serem votadas algumas traduções para a terceira edição do Missal Romano.

Durante dois dias foram realizados exercícios espirituais orientados pelo eminentíssimo senhor Cardeal Prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, PSS, que recordou-nos a Palavra de Deus na vida e no ministério episcopal. Ricas e profundas, as suas conferências nos ajudaram a viver intensamente a nossa doação como pastores ao povo santo de Deus.

Foi eleita a nova presidência para o próximo quadriênio, além dos bispos que irão compor o Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), agora constituído por 12 comissões, já que a de Cultura, Educação e Comunicação foi desmembrada, e também se criando uma para a Juventude, sinal do compromisso dos Bispos por aqueles que são o futuro da nossa Igreja e do nosso país.

Vários Regionais da CNBB, e são dezessete, elegeram a sua presidência e também os membros do Conselho Permanente que, juntamente com a Presidência e os membros do CONSEP, compõem os organismos representativos da CNBB, já que a Assembleia Geral, órgão máximo da Conferência, reúne-se, devido à dimensão continental do nosso país, apenas uma vez por ano.

É sempre enriquecedora a participação dos bispos eméritos, pois é grande a experiência que deixaram para os seus sucessores. A Assembleia fez declarações, exprimiu moções, bispos deram entrevistas e declarações que demonstram a plena inserção da CNBB em todos os âmbitos da sociedade, pois em tal vivem os cristãos, chamados a ser fermento, sal e luz: do problema indígena ao problema florestal, já que o novo Código Florestal está a ser examinado pelo legislativo; da falta de distinção das competências dos poderes em nosso país às decisões tomadas acerca de políticas públicas, onde as minorias sejam sempre contempladas.

Além disso, dezenas de outros assuntos foram contemplados com comunicações, informações, relatórios, partilhas, grupos de estudos, aprofundamentos sobre todos as realidades nas quais a CNBB está inserida. Entre eles pude apresentar o trabalho que nos cabe agora para aprofundar e contribuir para a melhoria do documento de estudos 101 que trata da comunicação na vida e missão da Igreja no Brasil, que poderá ser a base de um futuro diretório de comunicação para a Igreja no Brasil.

Cabe também conhecer o texto, aprofundar os temas e aplicar as “Diretrizes”, que são inspiradoras para a nossa ação pastoral e continuarmos atentos, como a sentinela, aos sinais dos tempos e discernindo para onde eles nos indicam que estamos caminhando assumindo a nossa missão dentro dessa realidade que nos rodeia, mesmo com as dificuldades que hoje aparecerem em nosso horizonte.

Neste tempo de reflexão, oração, aprofundamentos, informações e decisões destaco a alegria e a beleza do encontro entre os irmãos Bispos do Brasil, a fraternidade que nos une, a partilha e preocupações comuns, a troca de experiências e a confraternização sempre presente em nossas Assembléias. Um pouco desse clima pode ser acompanhado ao vivo pelas transmissões pela mídia em geral.

Voltando para as suas sedes, os Bispos retornam revigorados por tudo o que aprofundaram e pelo convívio verdadeiramente fraterno entre irmãos que Deus constituiu pastores de suas igrejas.

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

Fonte: Portalum.com

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