quinta-feira, 31 de março de 2011

“FALTA DE FILHOS NÃO É UMA FALHA”.


Eu e minha esposa por sermos incontritas, sempre estamos nos encontro do E.C.C. realizando uma palestra ou outra. Certa vez, após nossa explanação, fomos convidados por um dos casais para visitar sua casa. Após alguns dias lá estávamos visitando o casal. Acolherem-nos e trocarmos algumas palavras. Foi então que perguntei pelos filhos. Ouvimos então dizer que não tinham filhos porque ela (esposa) sofria de esterilidade. O motivo pelo qual o casal convidou a mim e minha esposa para visitar sua casa foi com o propósito de conversarmos um pouco sobre a família sem filhos por causa da esterilidade.
Muitos casais desejam ter filhos no casamento. Aliás, os filhos são parte do plano de Deus para homem e mulher unidos no casamento desde que Deus instruiu Adão e Eva a serem “fecundos” e a multiplicar-se (Gn.1,28). As escrituras ensinam que os filhos são herança do senhor, uma recompensa de Deus (Salmo 127.3-5). Portanto, torna-se confuso e bastante desconcertante para um casal quando os filhos não são concebidos como o planejamento ou o desejado.
A esterilidade é definida pela comunidade médica como a incapacidade de alcançar a gravidez depois de decorrido um ano ou mais de relacionamento sexual sem o uso de contraceptivos ou a incapacidade de levar a termo repetidas gestações.
Atualmente, mais ou menos 15% de todos os casais são inférteis. Mesmo havendo numerosos casos de infertilidade em mulheres e em homens, avanços na medicina possibilitaram diagnosticar e tratar muitos deles. Ainda assim, depois de anos de tratamento, muitos casais permanecem sem filhos. A decisão sobre como lidar com o momento de conceber, sobre a utilização de métodos para fertilização ou sobre a adotação de filhos é responsabilidade que compartilham diante de Deus, o autor da vida.

“Falta de filhos” não é uma “falha”, desde que seja esta a perfeita vontade de Deus para o casal. Casais estéreis não foram abandonados por Deus.
Casais que enfrentam problemas de esterilidade podem experimentar uma enorme carga emocional no decorrer do tempo: sentimentos de abandono, de raiva, de autocomiseração, de tristeza, de baixa auto-estima ou de culpa. Não importa o quanto o impacto da esterilidade afete o casal, o sofrimento pessoal é sempre grande. Amigos cristãos podem ajudar a curar essa dor mediante compreensão e encorajamento, respeitando os esforços do casal ao fazer suas opções e conversando abertamente sobre problemas de fertilidade quando o assunto se apresenta.
Mais importante ainda, a igreja precisa aceitar casais sem filhos e encorajá-los a descobrir e a buscar ministérios em que se realizem. Deus não dá filhos a todos os casais. Reserva bênçãos diferentes para casais estéreis. Apesar de podermos imaginar como viviam determinadas famílias da bíblia, nenhumas dessas mulheres notáveis foram associadas com a bênção de gerar filhos: Miriã, Ester, Priscila, Marta e Maria além de Maria Madalena.
Como Sara (Gn. 11,30), Raquel (Gn. 30,1), Ana (1 Sam 1,2) e Isabel (Lc.1,36), qualquer mulher hoje em dia sente a mesma dor pela infertilidade. No entanto, uma vez que percebe que a gestação de filhos não é a única responsabilidade que Deus coloca para o casal cristão, a mulher sem filhos descobre a alegria verdadeira em suas tarefas diante de do Reino de Deus.
E foi o que aconteceu com aquele casal. Depois de pouco tempo se engajaram em uma pastoral na igreja, foram muito bem recebidos pelo pároco e por todos da equipe, participam com muito ardor missionário, fazendo edificar com o seu testemunho de vida o Reino de Deus.
Que Maria, A Virgem das Dores, possa acalentar as dores do sofrimento de todos os casais estéreis e que o Espírito Santo abençoe sempre. Amém!
Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém- Pará- Amazônia- Brasil.
diaconoluizgonzaga@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário