sexta-feira, 9 de abril de 2010

PUREZA SEXUAL


PUREZA SEXUAL

Como diácono permanente da Arquidiocese de Belém/PA, estou diretamente envolvido nas comunidades, principalmente de periferias. É muito comum eu ser convidado a visitar famílias que estão passando por dificuldades, principalmente de relacionamento matrimonial.

Quase sempre ouço relatos de senhoras que foram traídas por seus maridos através do adultério. Decepcionadas, desorientadas, sem esperança, estas senhoras, esposas e mães, estão ávidas por respostas para perguntas tais como:
“Porque ele fez isto comigo, eu nunca dei motivos para me trair!” ou ainda: “Faço tudo para ele, sou boa esposa, porque fui traída, eu não merecia!”

Queridos, a vida amorosa do cristão é um campo de batalha. Cada mulher ou homem cristão, precisa considerar a autoridade de Cristo sobre as paixões humanas e sossegar o coração na pureza.

Castidade significa abstenção de atividade sexual fora do casamento, o que é obrigação cristã. Para o cristão, esta é a regra: abstenção total de atividade sexual antes do casamento e fidelidade total dentro do matrimônio.
Veja ai na sua bíblia, o que nos relata o apóstolo São Paulo em 1Cor. 7,1-9.

Os cristãos devem dar valor à santificação do sexo. Isto significa aprender a disciplina da espera, da solidão, da incerteza, da esperança, da confiança e do compromisso incondicional com Cristo – um compromisso que quer independente da paixão que possamos sentir total pureza.

A castidade pressupõe ser severo com qualquer ato ou pensamento que não seja adequado ao tipo de compromisso que temos com Deus. Assumir que todo desejo sexual é natural, saudável e dado por Deus como mostra de seu amor é uma mentira muito poderosa.

Deus não nos concede desejos que não estão de acordo com seus princípios de santidade, integridade e pureza.
É muito cômodo afirmarmos que somos “tentados por Deus”, pois foi Ele quem criou este “bicho bom”. Mentira sem tamanho veja o que nos fala São Tiago 1,13.
“Ninguém ao ser tentado diga: É Deus que me tenta, pois Deus não pode ser tentador do mal, nem Deus tenta ninguém. Cada um é tentado pelo próprio desejo que, alicie e seduz”.

Para estes que pensam desta forma, achando que estão sendo “tentados por Deus”, seria bom darem uma olhada no Salmo 107,17 que diz:
“Alguns, embrutecidos por causa de sua conduta desregrada, sofrem por causa de suas culpas”.

E o que é muito pior ainda leva igualmente outros a sofreram, como esposas e filhos que, observam suas famílias serem laceradas por conta de desejos embrutecidos e desregrados de seus cônjuges.
Evidentemente que isto não acontece somente na periferia das grandes cidades ou com famílias de baixa renda ou ainda somente com homens, mas, com muitas mulheres também que transgridem a Lei Divina, “não cometerás adultério”

A pureza sexual é um dos itens mais importantes para se manter o casamento longe de atividades que poluem, corroem, infectam ou destroem – física, emocional ou espiritualmente.

Pureza significa estar livre de impurezas de qualquer espécie que estraguem o gosto ou o prazer, que reduzam o poder ou que adulterem a coisa do jeito como deveria ser.
Dentro do casamento, a união sexual é natural, saudável e prazerosa, não somente durante um momento, mas, durante toda a vida conjunta.

A intimidade sexual é natural no sentido segundo o qual o criador originalmente a designou para ser. Quando virgindade e pureza não são mais protegidas nem prezadas, não há mais graça, tudo ficam monótono e profundamente tedioso.

Procurando apegar-se a algo que satisfaça e que preencha o coração em qualquer lugar, acaba-se não encontrando nada em lugar nenhum.
Pureza antes do casamento consiste em dar-nos a nós mesmos para e pelo outro em obediência a Deus.

A paixão deve ser controlada por princípio. Esse princípio é o amor – não meramente erótico sentimental ou sexual. Não há outro caminho para controlar a paixão e não há outro meio para se alcançar a pureza e a alegria.

Se você escolheu evitar o pecado da sexualidade imoral, este é o ideal de Deus, mas se você já perdeu a sua virgindade, a mensagem do evangelho proclama o renascer, um novo começo e uma nova criação.
É o que nos exorta São Paulo em 2 Cor.5,17.
“Se alguém é cristão é criatura nova. O que era antigo passou, chegou o novo”.

É muito comum também ouvir da boca de alguns cristãos em meio a conversas dentro de minha caminhada, frases como esta:
“Ter duas ou mais mulheres era comum no povo da bíblia e porque não hoje ser assim?”

A poligamia, ainda que fosse prática de algumas testemunhas do antigo testamento, não era, de modo nenhum, o ideal de Deus para o casamento. Como ordenado por Deus, o matrimônio é a união entre duas pessoas – um homem e uma mulher (Gn. 2,24)

Adão e Eva eram monógamos. Após a queda, a instituição do matrimônio sofreu com a entrada do pecado no mundo, assim como todos os outros aspectos da criação.
Verifique que, os efeitos predominantes da bigamia e poligamia são extremamente negativos. Observe:

* O relacionamento de Abraão com a serva de Sara, Agar, resultou em muita inveja e discórdia (Gn.16,5).
* Os filhos do Rei Davi com várias mulheres guerrearam entre si pelo poder do trono (2 Samuel 5,13; 13,22-30)
* As 700 mulheres e 300 concubinas de Salomão desviaram seu coração de Deus (1 Reis. 11,1-8).

Nenhum exemplo de poligamia é citado no novo testamento. Jesus reiterou o plano original de Deus que “os dois se tornarão uma só carne” como o ideal do matrimônio (Mc. 10. 2-9).

Epíscopos e diáconos, líderes da Igreja primitiva eram, explicitamente, ordenados a serem esposos de uma só mulher (1 Timóteo 3,2.12; Tito 1,6).

Ao mesmo tempo, o ensino do novo testamento sobre matrimônio repudia o adultério, o divórcio, bem como o ato de desposar e de se divorciar de várias mulheres sucessivamente (Mateus 5,27-32; Rom.7,2-3).

Não é possível hoje com todo o conhecimento bíblico, doutrinal, teológico e pastoral que possuímos cairmos no mesmo pensamento e prática de vida de alguns do antigo testamento, pois o próprio filho de Deus, Jesus Cristo condenou esta prática (Marcos 10,2-9).

Que a luz do Santo Espírito nos conceda os dons da sabedoria e da fortaleza para lutarmos contra a destruição de nossas vidas e de nossas famílias.

Diácono Luiz Gonzaga
Arquidiocese de Belém/PA
Amazônia – Brasil

diaconoluizgonzaga@gmail.com
diaconoluizgonzaga.blogspot.com

Um comentário:

  1. sua bênção diácono!

    como estão as coisas aí com Dom Alberto? Ele faz muita falta para nós, de Palmas.

    Deus abençoe o seu projeto de evangelizar atraves da internet. Se puder ajudar, conte comigo.

    Visite meu blog e veja o trabalho que tenho realizado: alegriaesantidade.blogspot.com

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