domingo, 21 de fevereiro de 2010

REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE


REBELDIA SEM MOTIVO APARENTE
Psicóloga Lúcia ABREU
A rebeldia é considerada praticamente uma condição da adolescência. Neste período da vida, eles resolvem testar o mundo à sua volta e, principalmente, os pais. É claro que existe uma inquietação saudável, de contestar as coisas e descobrir novos mundos. Entretanto, há jovens que apresentam um comportamento “rebelde” sem nenhum motivo aparente, transformando suas vidas e a dos familiares num verdadeiro caos. Pais e filhos travam batalhas diárias tentando impor suas vontades e, na maioria das vezes, sem chegarem a um acordo.
É inegável que os filhos têm estes tipos de atitudes para chamar a atenção dos pais. Hoje em dia falta limite, a criança que não tem alguém que a repreenda provoca de alguma forma. Quanto mais solta está, mais vai querer que o adulto olhe, desta forma o filho “avisa” que está carente, que precisa de alguém para dizer o que pode e o que não pode fazer.
Os adolescentes mais rebeldes são os mais amedrontados, por isso a criação de leis internas pode ser um bom caminho. É preciso negociar. No início estabeleça pequenas regras, que tem que ser combinadas e respeitadas pelas duas partes. Fale com firmeza, mas sem grosseria e cuidado com o tom de voz. Muitos pais em vez de falar, gritam e com isso acabam perdendo a autoridade.
A diferença entre as gerações de pais pode ser apontada como um dos principais provocadores da rebeldia sem causa dos adolescentes na modernidade. Os pais dos anos 50 e 60 não tinham diálogo com os filhos e eram autoritários. Depois, eles se transformaram e passaram a acreditar que sendo amigos teriam uma relação melhor com os filhos e, com isso, raras vezes diziam não.
A permissividade dos pais acarreta a falta de limites para os filhos, fazendo com que o adolescente se rebele sem motivos. Os pais perdem o rumo da educação dos filhos quando tentam ser amigos e esquecem-se de dar limites. Não adianta ser autoritário, mas sim ter autoridade. A autoridade tem que ser exercida com diálogo, mostrando principalmente o respeito que os filhos têm que ter aos pais.
Com certeza, dizer sim aos filhos é mais agradável do que dizer um não, mas, o que nos permite definir e demarcar limite, é o não. Estabelecer limites não é proibir tudo e sim definir o momento adequado para se conceder ou negar algo.
Atitudes de rebeldia por parte dos filhos afeta toda a família. Para os pais, gera uma sensação de incompetência e de impotência. Eles acordam para o fato de que os filhos cresceram, expressam suas vontades de forma diversa da deles, não seguem os parâmetros da família, são mais influenciados pela mídia e por amigos. Enfim, pai e mãe percebem que perderam o controle e que precisam voltar a conhecer seus filhos!
Os filhos também pagam o preço pela desobediência, pois a atitude provoca uma desorganização emocional. Eles sabem que quebram regras e se sentem culpados.
A melhor atitude a ser tomada é dialogar dentro de casa. Pais e filhos devem ser claros e precisos quanto às suas dificuldades. Devem expressar francamente seus medos, remorsos, falhas, limitações. Procurem expor suas reclamações, usando um tom de voz baixo e linguagem respeitosa só assim vocês poderão ajudá-los a reencontrar o afeto e a paz de que precisam.

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